Vinte e seis foi o número de países presentes em Santiago do Chile para a disputa do Campeonato Continental Pan-americano de Boxe 2013, mas só um poderia sair de lá como delegação campeã das Américas. Equipes tradicionais no Boxe como os Estados Unidos, Canadá, México, Porto Rico e, especialmente, Cuba estavam na briga com as forças da América do Sul como Venezuela, Argentina, Colômbia e, evidentemente, Brasil. Foram 144 boxeadores e centenas de combates de altíssimo nível e, no final, a delegação brasileira sagrou-se campeã continental pela primeira vez na história!
O caminho até o título por equipes foi duro, porém o início arrasador dos nossos atletas já servia de prelúdio para o título que seguiria. Chegando a ostentar no quarto dia de competição um cartel combinado de 19 vitórias sem saber o que era uma derrota, a pontuação brasileira estava disparada na liderança. Contudo, a eterna favorita Cuba chegou ao Chile com a delegação completa de 10 boxeadores, um a mais que os brasileiros, e isso sem contar que o número de finalistas e medalhas de ouro é, geralmente, o que termina definindo o país campeão. Portanto, tínhamos que ir além!
Patrick Lourenço, Robson Conceição, Everton Lopes, Roberto Queiroz e Lucas Martins chegaram às finais de suas categorias, dois atletas a mais do que Cuba e a surpreendente Venezuela. Pouco nos faltava para carimbar o primeiro lugar, mas o ouro é o objetivo de todo boxeador brasileiro e, assim, chegamos ao grande dia na sede de vencermos todas. A segunda-feira foi marcada por lutas espetaculares e, mais uma vez, um domínio canarinho. Patrick abriu o caminho com uma espetacular vitória sobre Leonel De los Santos, da República Dominicana, por unanimidade absoluta, sendo superior nos três rounds. O próximo foi Robson que, como em todas as quatro lutas que fez no torneio, não deixou um round ser dominado pelo adversário. O venezuelano Luis Arcon não o encontrava no ringue e, acima de tudo, recebia fortes e precisos golpes do brasileiro sempre que buscava tomar iniciativa.
Everton Lopes, atual campeão mundial da categoria, recebeu a nova promessa dos EUA, Jose Alday, que não se intimidou e usou a sua maior estatura e envergadura para causar dificuldades para o brasileiro boxear. Everton, porém, manteve o combate sob controle até o terceiro round, quando encontrou a sua distância a aplicou uma verdadeira lição de boxe no americano. O quarto ouro veio com mais suor ainda: Roberto Queiroz, em decisão dividida, levou a vitória sobre o fortíssimo venezuelano Gabriel Maestre. Muita tática e muita técnica era o que se viu nos dois primeiros rounds por parte dos dois atletas mas, no fim, foi o coração e a força de vontade que acabou fazendo a diferença a favor do carioca que volta pra casa com o ouro.
A última luta brasileira do dia foi a de Lucas Martins que, assim como os demais, deu muito orgulho de se ver lutando. Porém, Lucas acabou derrotado pelo talentoso Jorge Vivas, da Colômbia.
No total, foram 8 medalhas para o Brasil, algo inédito em um torneio tão expressivo quanto este que, vale ressaltar, é o único das Américas com pontuação para o Ranking Mundial. O maior e mais importante campeonato do Continente Americano foi palco de um verdadeiro show de Boxe do Brasil, pela primeira vez na história, campeão continental. A Confederação Brasileira de Boxe não poderia estar mais satisfeita e orgulhosa de todos aqueles que contribuíram com o desempenho da equipe, dentro e fora do ringue. Este é o novo nível do Boxe Brasileiro no mundo. O trabalho não pára e, agora, que venha o Mundial!
Resumo da campanha:
Patrick Lourenço – 49 Kg: OURO
Julião Neto – 52 Kg: BRONZE
Robenilson de Jesus – 56 Kg: BRONZE
Robson Conceição – 60 Kg: OURO
Everton Lopes – 64 Kg: OURO
Roberto Queiroz – 69 Kg: OURO
Lucas Martins – 75 Kg: PRATA
Michel Borges – 81 Kg: BRONZE
Juan Nogueira – 91 Kg: Se machucou após vitória na estréia.
BRASIL: Campeão 39 pontos
CUBA: Vice-campeão 24 pontos
COLOMBIA: Terceiro Lugar 19 pontos