(Foto: Wander Roberto/COB)
As finais do boxe em Santiago começaram com bons resultados para as brasileiras. Bia Ferreira venceu novamente a colombiana Angie Valdes para conquistar o seu segundo ouro seguido em Jogos Pan-Americanos na -60kg. Já no outro duelo entre Brasil e Colômbia, Tatiana Chagas perdeu um duelo acirrado contra a vice-campeã mundial Yeni Arias, ficando com a prata na categoria até 54kg. No masculino, Keno Marley perdeu para o campeão olímpico Julio Cesar La Cruz, de Cuba, para também ficar com a medalha de prata na -92kg masculino.
Bia Ferreira teve um reencontro com Angie Paola Valdes, da Colômbia, com quem lutou na final do último Campeonato Mundial. O primeiro round foi parelho, com três juízes dando 10 pontos para Bia e outros dois preferindo a colombiana. Mas no segundo, a brasileira partiu com tudo para cima de Valdes, encaixando golpes excelentes na adversária. O árbitro chegou a abrir contagem para a colombiana durante o assalto. No terceiro round, Bia Ferreira seguiu pressionando a adversária para garantir a vitória em uma decisão unânime dos juízes.
“Missão dada é missão cumprida: classifiquei para Paris e consegui o bicampeonato. Mas esse é só o começo. Jogos Olímpicos estão logo aí e eu quero buscar a mãe de todas: a medalha dourada”, comemorou a brasileira após a luta.
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Tati fica com a prata
Na categoria até 54kg feminina, Tatiana Chagas levou a medalha de prata, após perder uma luta acirrada contra a colombiana Yeni Marcela Arias, atual vice-campeã mundial. O combate começou equilibrado, com as duas atletas se defendendo bem. Após os dois primeiros rounds, a brasileira já tinha garantido a preferência de dois juízes, enquanto a colombiana tinha uma para sua conta. Mas no último assalto, Arias lutou melhor, vencendo o round na opinião dos cinco juízes. Assim, a atleta da Colômbia garantiu a vitória por 3 a 2 e Tati ficou com a medalha de prata.
“No primeiro round eu achei que dava e segui fazendo o meu trabalho. No segundo eu também fui bem. Mas no terceiro perdi para o cansaço. Ela teve mais gás no final e foi assim que ela venceu. Mas essa prata tem sabor de ouro porque consegui me classificar para a Olimpíada de Paris”, analisou a baiana após o combate.
Keno é vice-campeão
Encerrando a sessão diurna das finais, Keno Marley subiu no ringue para a decisão da categoria até 92kg masculino. O adversário, no entanto, era ninguém menos que Julio Cesar La Cruz, cubano bicampeão olímpico e tetracampeão mundial. Keno partiu para cima de La Cruz no primeiro round, mas o caribenho foi muito efetivo se esquivando dos golpes do brasileiro e conseguindo contra-atacar. Porém, no segundo round, o baiano conseguiu encaixar sua luta para praticamente empatar o combate. O ritmo intenso da luta continuou no assalto final. Porém, todos os juízes deram a parcial para Julio Cesar La Cruz que venceu o combate por 4 a 1.
Abner e Michael não lutam nas finais
O Brasil está em outras sete finais no boxe. Mas duas delas não serão realizadas. Abner Teixeira (+92) e Michael Trindade (-51kg) estão com problemas físicos e foram poupados em uma decisão conjunta da comissão técnica e da equipe médica da Confederação Brasileira de Boxe. Michael está com uma lesão no cotovelo, enquanto Abner lesionou o joelho. Como o objetivo principal no Pan era garantir a vaga olímpica, a equipe decidiu preservar a saúde dos atletas, para que eles cheguem na melhor forma possível em Paris no ano que vem.
“O Michael Trindade teve uma lesão ligamentar no cotovelo no Mundial de 2021. Ele ficou um tempo afastado para tratar, mas logo voltou e estava bem. Aqui, na luta da quartas de final, ele sentiu de novo. Conseguimos controlar para que ele lutasse a semifinal. Ele ganhou a luta, mas com receio de que ele pudesse agravar a lesão, preferimos poupá-lo de hoje”, explicou Fábio Conrado, fisioterapeuta da CBBoxe.
“Já o Abner teve uma entorse no tornozelo em uma base de treinamento que fizemos na Itália. Quando ele voltou para São Paulo, fizemos exames de imagem e foi constatada uma lesão no ligamento cruzado anterior. Essa é uma lesão que na maioria dos casos é cirúrgica, para corrigir um problema de instabilidade no joelho. Mas no caso do Abner, optamos não fazer a cirurgia por dois motivos: primeiro porque ele não teve essa instabilidade. E também porque o tempo de recuperação de sete a oito meses tornaria inviável para que participasse dos classificatórios olímpicos. Então optamos por fazer o tratamento conservador inicialmente e deu certo”, completou.