(Foto: Gaspar Nóbrega/COB)
Paris – Keno Marley é eliminado nas quartas de final dos Jogos Olímpicos no 92kg. O brasileiro foi superado pelo uzbeque Lazizbek Mullojonov por decisão unânime e placar de 5 a 0. Desse modo, o baiano de 24 anos repete a campanha da Olimpíada de Tóquio, em que terminou na quinta posição geral. Além disso, o Brasil teve duas eliminações nas oitavas de final: Caroline Almeida, a ‘Naka’, e Barbara Santos, a ‘Bynha’, caíram para favoritas Nazym Kyzaibay, do Cazaquistão, nos 50kg, e Nien Chin Chen, de Taiwan, nos 66kg.
No início, Keno manteve distância do seu adversário e buscou acertar golpes utilizando sua ótima envergadura. Porém, quem acabou se dando melhor foi Mullojonov, que conectou as melhores investidas e largou em vantagem por 3 a 2. Depois, ele só cresceu no combate, impondo uma postura muito mais ofensiva. Assim, dois triunfos por unanimidade nos assaltos seguintes deram a classificação ao representante do Uzbequistão.
“O uzbeque foi mais forte. Ganhou na força. Quando você pega um atleta forte, tem que bater forte, quem cansar primeiro perde a luta. Quando nós lutamos contra ele no Strandja (torneio tradicional na Bulgária), o uzbeque cansou mais que nós e ganhamos. Hoje, a condição física dele foi melhor”, analisou Mateus Alves, Head Coach da seleção brasileira de boxe. Com o revés na luta, Keno Marley repete o resultado de Tóquio-2020, quando chegou à fase de quartas de final e foi superado pelo britânico Benjamin Whittaker por decisão dividida.
A última brasileira a fazer estreia será Jucielen Romeu na categoria 57kg feminino. Ela enfrenta a americana Alyssa Mendoza na manhã desta sexta, às 11h18 (horário de Brasília). Além dela, Wanderley Pereira tem luta valendo pódio contra o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, ucraniano que perdeu a final olímpica em Tóquio com nocaute de Hebert Conceição. O confronto ocorre às 16h36.
Carol Almeida cai contra cazaque
Caroline Almeida, a Naka, sofreu revés diante da movimentação e estratégia da cazaque Nazym Kyzaibay. A brasileira marcou poucos pontos e perdeu o primeiro round, fazendo mudar o estilo de luta. Sem conseguir evoluir, a brasileira acabou eliminada por decisão unânime nas oitavas de final dos Jogos Olímpicos.
Para Mateus Alves, Head Coach do Brasil, Carol enfrentou uma das atletas favoritas na categoria, que controlou a luta desde o início. “Ela é uma atleta já bem rodada, quatro vezes medalhista mundial, foi medalhista mundial em 2016, no mundial do Cazaquistão. A gente sabia que tecnicamente precisávamos ganhar o primeiro round. Pela estratégia da Carol, acertar esse golpe de longa distância, mas a cazaque foi mais rápida, acertou os golpes bons. A Carol não conseguiu jogar o golpe de início de round, e aí depois teve que mudar o padrão de jogo dela e aí fica mais difícil”, analisou o treinador.
Naka também acredita que a luta foi decidida na primeira parcial, em que precisou mudar a estratégia, que não foi efetiva. “No primeiro round consegui conectar bem, mas já estava no final do tempo. Aí ela ganhou unânime e eu tive que mudar um pouco a estratégia, que não é a minha zona de conforto. Eu tentei entregar tudo. Eu lembro mais claro no terceiro round, que foi que foi quando eu troquei golpes, que eu fui para frente. Senti um pouco o cansaço, mas acredito que ela também. Mas ainda não sei o que aconteceu direito, eu não consegui ter uma análise clara porque eu não vi o vídeo da luta ainda”, explicou a pernambucana.
Bynha luta bem, mas é derrotada por bimedalhista mundial
Depois de Carol, foi a vez de Barbara Santos fazer estreia contra Nien Chin Chen, medalhista mundial. A luta foi de bastante volume da taiwanesa, que aplicou golpes limpos em Bynha. Desse modo, os juízes viram a adversária melhor que a brasileira e a decisão unânime para Nien Chin Chen.
“Ela é uma atleta já de estar no circuito internacional há muito tempo, é medalhista mundial duas vezes. É um grande fenômeno do boxe mundial, em luta bem indiscutível, então realmente ela fez uma luta muito boa. Hoje a chinesa lutou muito mais, a gente achava que ela ia querer boxear mais para trás, e ela realmente lutou melhor do boxe que ela tem hoje. A Barbara lutou dentro do que ela conseguiria com a atleta, fez a sua parte, e agora é seguir trabalhando aí para os próximos eventos”, analisou Mateus.
Para Bynha, que já saiu da Equipe Olímpica Permanente por várias vezes e se firmou como titulo da categoria no ano passado, ter sido superada por Chen, mas dando o seu melhor, é motivo de orgulho. “Eu sinto que eu dei o meu melhor. E isso me deixa com o coração muito mais aliviado, saber que o resultado foi por puro mérito dela mesmo, né? Não fui eu que facilitei, não fui eu que me poupei, então isso pra mim é de extrema importância”, contou emocionada após o combate.