Em comunicado emitido na última terça-feira, 2, o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) endossou a proposta do Comitê Olímpico Internacional (COI) de banir a IBA, Associação Internacional de Boxe, da participação nos Jogos Olímpicos. A decisão vem em virtude da apelação da antiga federação internacional responsável pelo boxe, que foi desfilada do COI em junho de 2023.
A corte enfatizou as razões pelas quais o COI aprovou a exclusão da IBA como federação internacional de boxe, como problemas de Governança e estabilidade financeira da entidade. Após a decisão do Comitê Olímpico Internacional, a IBA apelou ao TAS para reverter a situação, que foi negada. O tribunal alegou que houve falta de melhora da transparência fiscal e sustentabilidade, assim como a IBA não mudou o processo relacionado a árbitros e juízes para assegurar integridade, além de não ter garantido a implementação total e efetiva de todas as medidas propostas pelo “Grupo de Reforma da Governança” estabelecido pelo COI.
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“A decisão do Tribunal Arbitral do Esporte deixou claro que a IBA falhou na obrigação em cumprir as exigências propostas pelo COI para que ela mantivesse na gestão do boxe nos moldes olímpicos. Era uma decisão esperada, uma vez que a IBA tinha histórico de casos de negligência, principalmente quanto à transparência financeira. A decisão é um divisor de águas importante, assim tira qualquer possibilidade de dúvidas quanto às pretensões da IBA de continuar responsável pelo boxe perante ao COI. E desse modo, credencia a World Boxing a ser a entidade internacional que vai ter o compromisso de dar seguimento ao olimpismo no boxe”, afirmou presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), Marcos Brito, que também é membro executivo da World Boxing.
Atualmente, nenhuma federação internacional que represente o boxe olímpico está vinculada ao COI oficialmente. A maior candidata a cumprir o papel é a World Boxing, fundada em abril de 2023 com finalidade de liderar um novo movimento para reverter a situação da modalidade nos Jogos Olímpicos, que teve gestão assumida pelo próprio COI na edição de Tóquio-2021.
“O nosso esporte é tradicionalíssimo e junto ao COI, que busca manter o boxe no programa olímpico, desde que seja gerido por uma entidade que tenha transparência e comprometimento com gestão. Então acho que o caminho é esse. A World Boxing agora espera que mais Federações Nacionais busquem a filiação, para que assim possam manter e cumprir com que o boxe olímpico volte a ter a segurança que ele sempre buscou”, afirmou Marcos Brito.
O presidente da CBBoxe reafirmou o compromisso do Brasil de querer manter o boxe no movimento olímpico. “Nessa caminhada, o boxe brasileiro larga na frente. Tivemos a perspectiva de perceber que o caminho seria através da World Boxing, o que vem se confirmando. A CBBoxe já é filiada à World Boxing, inclusive participando da gestão da entidade através do Conselho Executivo. Desse modo, o Brasil se coloca numa posição muito importante na caminhada de manter o boxe dentro dos Jogos Olímpicos. Eu acredito que com o trabalho que tem sido feito pela World Boxing e com a reafirmação do TAS perante a decisão do COI, nossas perspectivas são das melhores, pela pelo ponto de vista do Brasil. Estamos com um time forte e com poder de participar e opinar nas tomadas de decisões que giram em torno do boxe mundial.”, completou Marcos Brito.