Foto: Gaspar Nobrega/COB
Paris – Três brasileiros entraram em ação nesta terça, 30, na Arena Paris Nord. Wanderley Pereira venceu haitiano Cedrick Belony por decisão unânime na categoria 80kg. Por outro lado, Michael Triendade e Tatiana Chagas encontraram dificuldade contra cubano Alejandro Claro e sul-coreana Im Ae-ji e acabaram caindo nas oitavas de final dos 51kg e 54kg.
Holyfield avança para quartas e encontra ucraniano nocauteado por Hebert
Wanderley Pereira foi o primeiro entre os brasileiros a subir no ringue na sessão da tarde de Paris. O vice-campeão mundial não teve dificuldades contra o adversário. Eles já haviam se enfrentado no Pan de Santigo, quando o brasileiro levou a melhor. Dessa vez não foi diferente, com controle do ritmo da luta, Holyfield, como é conhecido, conectou bons golpes e não deixou o adversário reagir. Vitória foi de 5 a 0 e vaga garantida nas quartas de final.
“O Cedrick é um atleta duro, bastante duro. Ele faz a gente lutar, né? Faz a gente se esforçar. Então é muito bom para poder quebrar o gelo e isso dá uma força a mais para seguir no campeonato”, contou o baiano após a vitória.
Na luta da medalha, Wanderley Pereira encara Oleksandr Khyzhniak, ucraniano vice-campeão olímpico que perdeu o tútulo com nocaute de Hebert Conceição em Tóquio-2020. Para Holyfield, agora é estudar o adversário e bolar uma boa estratégia, e assim mostrar que todo o treino vai levá-lo até longe.
“É um atleta bastante duro, que trabalha com bastante volume, bastante ritmo, mas a gente está preparado, acredito que treinamos bastante. A gente vai traçar uma estratégia e tentar fazer a nossa técnica sem sofrer isso aí”, explicou o brasileiro.
Michael Trindade cai para medalhista mundial
Michael Trindade enfrentou Alejandro Claro, cubano medalhista de bronze mundial em 2023 na categoria até 48kg. Em luta de muito volume do adversário, Parazinho, como Michael é conhecido, não conseguiu acertar bons golpes. Assim, foi derrotado por unanimidade na opinião dos cinco juízes. O cubano chegou a abrir contagem no início do terceiro assalto e administrou bem a luta do início ao fim.
Parazinho é um apelido que adotou na Equipe Olímpica Permanente e para Michael Trindade, levar até a Olimpíada o nome do estado e de Marituba, cidade em que passou maior parte da vida, é um orgulho. “É gratificante representar o Pará, mesmo com tanta dificuldade que eu passei até chegar na Equipe Olímpica Permanente. Já passei por lesões, fiquei como reserva e depois voltei a ser titular, em 2023 pude me classificar para os Jogos Olímpicos. Então, eu não estou satisfeito com o resultado, a gente veio em busca da medalha, mas é isso, vida que segue, cabeça no lugar e vamos treinar mais forte e, se Deus quiser, vou estar mais forte pra Los Angeles”, contou após a luta.
Recentemente Michael Trindade foi pai, Bryan nasceu com problema de saúde e passou por cirurgia com dias de vida. Para Parazinho, Bryan é seu maior motivador para seguir no boxe. “Quero dizer que amo ele, amo toda a minha família, amo todos que estiveram torcendo por mim, é isso”, declarou emocionado.
Tatiana Chagas perde para coreana na estreia
Outra baiana que subiu no ringue na North Paris Arena foi Tatiana Chagas. Ela acabou derrotada pela sul-coreana Im Ae-ji e se despediu da Olimpíada. A coreana teve boa movimentação durante toda a luta, mesmo com Tati aumentando o volume de golpes, não foi o suficiente para convencer a maioria dos juízes. O placar final foi de 4-1.
“Eu senti dificuldade de conectar os golpes nela. Ela movimentava muito e era veloz. Tentei fazer um jogo, mas não deu certo. Infelizmente, eu tenho que lidar com isso, com a derrota”, explicou a brasileira após a eliminação.
Chateada, a baiana de 31 anos descarta aposentadoria. Pelo contrário, apesar da tristeza, já fala em Los-Angeles 2028. “Não quer dizer que acabou. Vou voltar, vou treinar, me dedicar mais ainda e Los Angeles me aguarde.”, finalizou Tatiana.